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Campus Ceres realiza aula inaugural da Especialização em Formação de Professores

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Publicado: Segunda, 23 de Setembro de 2019, 22h55 | Última atualização em Sexta, 27 de Setembro de 2019, 17h55 | Acessos: 509

Curso é a quarta pós-graduação do campus em um período de cinco anos. Momento foi focado na elaboração da investigação científica

Por Tiago Gebrim
Fotos: Tiago Gebrim

 

 

Na última sexta-feira, 20 de setembro, o Campus Ceres do Instituto Federal Goiano (IF Goiano) realizou a aula inaugural do seu mais novo curso de pós-graduação, a Especialização em Formação de Professores e Práticas Educativas. A solenidade ocorreu no miniauditório da unidade e trouxe a doutora em Educação Léia Santiago para falar aos novos estudantes sobre a tessitura da pesquisa acadêmica.

Antes da aula propriamente dita, houve a fala das autoridades presentes, que compuseram a mesa diretiva do evento. Primeiro a discursar, o coordenador da nova pós-graduação, o docente João Eratóstenes Cardoso, enfatizou que o curso deve ser visto como uma “troca de experiências”, dentro da qual o processo formativo ocorrerá.

A expectativa de diversos ângulos para debates e contribuições já parte da lista de aprovados: além de licenciados em várias áreas, há entre os discentes aqueles oriundos de cursos como Direito e Contabilidade, conformando um espaço bastante plural. Cardoso destacou também a significativa concorrência no processo de seleção, que teve 160 inscritos, numa proporção de quatro candidatos por vaga.

 


João Eratóstenes Cardoso, coordenador da especialização em Formação de Professores e Práticas Educativas

 

O diretor-geral substituto, Hamilton Cunha, e o gerente de Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação no Campus Ceres, Paulo Ricardo Leite, apontaram o avanço do campus em relação aos cursos de pós-graduação. De 2015 para cá são já quatro cursos, sendo um mestrado profissional, duas especializações em Educação e uma na área de Zootecnia. “[Esse avanço] é muito importante para o Vale de São Patrício, e muitas unidades [de Instituições de Ensino Superior] gostariam de ter uma oportunidade como essa”, disse Hamilton ao comentar sobre a estrutura e corpo docente do Campus Ceres – para ele, fundamentais para a criação dos novos cursos.

Último a falar, o pró-reitor de Ensino do IF Goiano, Virgílio Erthal, que presidiu a mesa, afirmou que para o IF Goiano a formação de professores é não só um desafio a ser seguido, como também um dos princípios basilares da fundação dos Institutos Federais. Erthal também parabenizou o Campus Ceres pelo compromisso de implantar a Especialização em Formação de Professores e, por fim, revelou a intenção de que o curso passe a abranger, futuramente, a formação em nível de mestrado. “Nós temos um projeto ousado para o IF Goiano”, afirmou.


Os caminhos da investigação científica – A palestra O processo de investigação: uma encruzilhada de avanços, retrocessos, renúncias e descobrimentos teve lugar após a fala dos membros da mesa diretiva. Ministrada pela professora Léia Santiago, doutora em Educação e professora do IF Goiano, a aula apresentou as diversas etapas do processo de pesquisa, e teve como fio condutor a própria trajetória acadêmica da ministrante.

Santiago introduziu o assunto com uma alegoria: o fuxico, técnica artesanal secular, comum a diversas regiões do Brasil, que consiste em costurar círculos de tecidos diversos, de modo que fiquem franzidos em seu centro. Os círculos são unidos uns aos outros, formando peças maiores, que poderão se transformar em colchas, caminhos de mesa, toalhas, entre outros.

E o que o fuxico tem a ver com a história toda? “Meu primeiro contato com uma colcha de fuxico foi no meu primeiro dia de mestrado, no primeiro encontro [com a orientadora]. (…) E ela me passou a tarde mostrando fuxico, e eu tentando entender, esperando ela falar. E na hora do café ela falou assim ‘Sabe por que eu te falei do fuxico? Porque o trabalho de pesquisa é como o fuxico. Pra sair esta colcha, você tem que costurar todas as partes. Você tem que combinar cores, você tem, às vezes, que costurar e descosturar’”, explicou.

Foi assim que a professora, com muita descontração, apresentou aos recém-chegados a trama de um trabalho de pesquisa, “que pode ser de especialização, de mestrado, de doutorado”, já adiantou. O primeiro passo, a escolha do objeto de pesquisa, deve começar com uma ideia, que poderá ou não vir a ser o objeto. Para tanto, precisa ser analisada à luz de fontes documentais e materiais bibliográficos, que, como explicou Santiago, são indispensáveis para possibilitar as referências para o processo investigativo.

 


A professora Léia Santiago, palestrante convidada da aula inaugural da especialização

 

A pesquisadora também falou sobre o recorte temporal, que deve ser observado e respeitado pelo estudante, a fim de que não se perca em meio à análise do objeto. Nada impede, contudo, que várias pesquisas, em diferentes níveis (da especialização ao doutorado), sejam realizadas com ele, sendo ampliado o recorte a cada vez. Outro aspecto a ser considerado pelo acadêmico deve ser o que ela chamou de “lugar de onde eu falo”, isso em relação a tentar conciliar o objeto e sua análise com a tradição de pesquisa existente na instituição em que o estudo é desenvolvido.

Além dos itens anteriores, Santiago abordou sobre a justificativa da pesquisa, elemento que deverá constar já no esqueleto da introdução do estudo, e sobre como essa última é importante para nortear toda o desenvolvimento do trabalho. “Porque eu digo pra vocês que eu prefiro fazer primeiro o esqueleto da introdução do trabalho? Para não perder de vista que o meu texto tenha compromissos com algumas coisas que eu disse lá na introdução. (... ) Ao longo da construção do texto eu tenho de ir e voltar para me lembrar desses compromissos”, explicou.

E quais são os tais compromissos? As perguntas e consequentes respostas feitas ao objeto são os primeiros. “Às vezes você faz assim: num primeiro capítulo responde tal pergunta, num segundo capítulo responde tal pergunta… então o tempo todo que você está escrevendo é preciso retomar isso daí, ‘espera, deixa eu ver se eu respondi’”, exemplifica a palestrante. Além desses, há também compromissos com os conceitos selecionados para discussão no trabalho, com a metodologia escolhida e com a própria justificativa.

Por fim, Léia Santiago chamou atenção para algo que considera fundamental: a função social da investigação científica, que é a devolução à sociedade do investimento pago por ela pela pesquisa realizada. E essa devolução pode ser feita de várias maneiras – em forma de palestras, de aulas, de intervenções. Com esses exemplos, a palestrante defendeu os produtos criados em programas de pós-graduação profissional, que estimulam os pesquisadores a buscarem alternativas às dissertações ou equivalentes. “Você pega a sua tese ou sua dissertação, bota na biblioteca e fica lá tomando poeira. Agora pensa! Você faz uso da escola, escreve sobre ela, faz uso do professor, do material da escola, faz uso do aluno, o pobre do professor dá 60 horas aula… que tempo ele tem para ler sua tese?”, questiona.

A palestrante salientou que embora seus exemplos tratem da área da Educação, nada impede que essa função social ocorra também com pesquisas de outras áreas, conforme o contexto. “Eu estou falando do nosso mundo, o mundo da Educação. Outras áreas eu não domino, mas acredito que seja possível, quando, por exemplo, você fez [o estudo] nas Ciências Agrárias e vai lá ajudar o produtor rural. Você está devolvendo o imposto que ele investiu na sua instituição”, finalizou.

 

 

Ascom Campus Ceres

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