VI Dia do Químico discute trajetória e defesa da carreira

Por Tiago Gebrim
Fotos: Tiago Gebrim

Na noite desta terça-feira, 20 de junho, o Campus Ceres do Instituto Federal Goiano (IF Goiano) realizou o VI Dia do Químico, abarcando o IV Ciclo de Palestras da Licenciatura em Química. O evento, em comemoração ao Dia do Químico, celebrado todo 18 de junho, foi organizado pela coordenação do curso e envolveu professores, profissionais da área e estudantes da unidade.

A programação do evento foi pensada no sentido de fortalecer a atuação dos profissionais da Química, trazendo para os estudantes a importância de se defender a profissão, em suas múltiplas aplicações. Essa preocupação ficou evidente na fala do coordenador da licenciatura, Jozemir Miranda, durante a abertura do Ciclo de Palestras.

Ele lembrou que o novo Ensino Médio, aprovado no ano de 2017, abre brechas para que a função dos professores de Química seja ocupada por profissionais de outras áreas afins, não licenciados, a partir da instituição do chamado “notório saber”. Miranda também fez referência ao projeto de lei nº 3.081/2022, que tramita na Câmara dos Deputados, e visa desregulamentar uma série de profissões. Se aprovado, o projeto revogaria a Lei nº 2.800/1956, que estabelece os conselhos regionais e federal de Química e define a atuação deste profissional.

Foco do evento, o VI Dia do Químico trouxe a fala da pesquisadora Bruna de Araújo Costa, servidora do IF Goiano e doutora em Química. Costa apresentou aos estudantes seu percurso formativo, apontando oportunidades e chamando atenção para os pontos em que os graduandos devem estar atentos. Falando sobre a atuação profissional e defesa da carreira, ela lembrou que conhecer o que a legislação estabelece é importante, inclusive para assegurar seus direitos.

A Dra. Bruna de Araújo Costa, do IF Goiano, durante sua palestra Trajetória acadêmica e profissional na área de química

“Para mim, é fundamental que os estudantes conheçam as atribuições dessa área junto ao Conselho Federal de Química. Além disso, que se mantenham atualizados e participem efetivamente nas atividades de ensino, pesquisa e extensão que o IF Goiano e outras instituições, no âmbito nacional e internacional, oferecem em química e áreas correlatas”, afirmou, enfatizando que essas experiências contribuem para o direcionamento da carreira profissional. “Paralelo a isso, ao longo de toda a jornada, é crucial estar atento às oportunidades que essa área tão abrangente pode oferecer”, destacou.

Na opinião de Bruna, a falta de incentivos à carreira docente, não só na área de Química, além de um desprestígio da área, são ameaças a serem compreendidas e enfrentadas, na ideia de fortalecer e preservar a profissão. “No âmbito da docência, escuta-se muito sobre a sobrecarga profissional e do curto prazo para adaptação/ atualização frente às mudanças na estrutura do ensino, como o Novo Ensino Médio”, afirmou. “Após a formação, percebo que a área da Química vem sofrendo com o desprestígio da carreira por parte da sociedade, o que ocasiona o sentimento de desvalorização”, atentou a pesquisadora.

Ainda sobre os desafios durante a formação, Costa lembrou que um dos motivos da evasão durante curso é a falta de incentivos à permanência, o que deve exigir uma atenção por parte das instituições e, também, das próprias esferas governamentais. "A falta ou redução de incentivos - como, por exemplo, bolsas atreladas ao ensino, pesquisa e extensão - contribui para a evasão e/ou não aproveitamento eficiente ao longo do curso, tendo em vista que alguns estudantes precisam trabalhar e estudar ao mesmo tempo", concluiu.

COMUNICAÇÃO SOCIAL Campus Ceres