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Vinte e cinco anos

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Publicado: Sábado, 19 de Dezembro de 2020, 18h20 | Última atualização em Terça, 12 de Janeiro de 2021, 23h43 | Acessos: 620

Homenagem às Bodas de Prata do Campus Ceres apresentada durante a Reunião do Fim de Ano

Por Tiago Gebrim

 

Mais que uma escola, um lar. Quando esta frase foi publicada, em novembro de 2018, ela retumbou por perfis de vários estudantes e chegou a estampar, no ano seguinte, a apresentação elaborada pelo corpo gestor aos pais dos novos acolhidos por esta Casa. Escolhemos esta frase para iniciar este texto simplesmente porque, dentre as várias tentativas já feitas, ela é uma das que melhor sintetiza o que este chão, que no atual momento pisamos apenas simbolicamente, representa para milhares de pessoas.

Nascido de várias tentativas de interiorizar para o lado de cá o ensino técnico, primordialmente voltado para a agricultura e pecuária, nos idos anos 80, o Campus Ceres, que ora é IF Goiano, ora é IF Goiano - Campus Ceres, e ora ainda é, na boca de muitos, a antiga Agrotécnica, constituiu-se, legalmente, como Escola Agrotécnica Federal de Ceres pela Lei número 8.670, em 30 de junho de 1993. Foram mais dois anos até a efetiva entrada de estudantes em seu curso técnico em Agropecuária, à época, o único.

De lá pra cá, considerando como efetiva inauguração da Instituição o ingresso de sua primeira turma, são 25 anos de histórias contadas diariamente por centenas e, depois, milhares de bocas que registram, cada uma a seu modo, a vida que se passa dentro dessa escola sem muros. São testemunhas oculares da história, tal qual se dizia ser o extinto Repórter Esso, história que é, inexoravelmente, também, a sua própria [história]. Na boca de estudantes, de professores, de técnicos administrativos, funcionários terceirizados, que vieram depois, prestadores de serviços, políticos que já encamparam os propósitos da Casa, na boca deste tanto de gente se faz a história de 25 anos do Campus Ceres.

E como dissemos, é uma história contada cada uma a seu modo, por diferentes pontos de vista, com sua participação particular. Para muitos, é uma história que, também como já o dissemos, confunde-se com a de sua vida, e não poderia ser diferente. Há servidores que estão nesta Instituição desde o seu início. Esses acompanharam todos os diretores que já passaram, a informatização que veio chegando devagarzinho, as construções, os cortes, os descasos governamentais e, depois, o reflorescer da atenção política, as expansões, o número de estudantes que dobrou, depois dobrou de novo, depois quintuplicou, depois ficou incontável, impossível de se lembrar por nome e saber quem cursava o quê.

Para os que vieram chegando no meio do caminho, há sensações diferentes. Há aqueles que vieram ainda para EAFCe, e puderam vivenciar a alteração para Instituto Federal, a ampliação das vagas e o nascimento de novos cursos, o ingresso de mais e mais colegas, num movimento que, parecido com o que ocorria com os estudantes, transformava o campus pacato em um espaço muito grande, com muita gente, até um ponto que já não se sabia mais quem trabalhava onde, de que cidade vinha, se chegava pra ficar, ou não. Quem ancorou seu barco nos primeiros anos após 2010 ainda sentiu esse gostinho, era muita coisa que mudava, gente que vinha, ia, intercambiava.

Nesse meio do caminho, teve gente que chegou e quis ficar, e ficou, e a vida deu um jeito de levar. Nesse momento pedimos um instante de silêncio pelo nosso amigo Jorge Freitas Cieslak, tão próximo de tantos de nós, que, num susto, reforçou aquela máxima de que a vida é um suspiro.

[...]

 

Homenageamos também dois de nossos servidores que, embora não estivessem mais em nosso convívio, partiram sem chances de despedida neste ano de 2020, um ano tão complicado, que até as partidas deu um jeito de torná-las ainda mais doloridas, porque vividas na solidão dos velórios vazios, sem o aperto dos abraços de condolência: professores Sebastião Rodrigues e Mário Gonçalves.

[...]

 

Este era um ano para ser comemorado do começo ao fim. Vinte e cinco anos, as bodas de prata, não se faz mais de uma vez. E, tendo passado, aguardar agora as bodas de ouro pode ser tempo demais para alguns. Foi um ano diferente, um ano pandêmico, um ano de pânico. Uns se viraram melhor, outros nem tanto. Alguns abraçaram outras formas de trabalhar e acabaram se tornando mais dinâmicos, mais presentes, podemos assim dizer. Outros estão ainda encontrando um sentido para tudo isso. É normal. Provavelmente levará ainda muitos anos para que possamos ver todo esse turbilhão de acontecimentos com uma distância segura, fazendo um julgamento seguro.

O que podemos dizer por agora é que, se há um sentido para encontrar nisso tudo, é que, se não pudemos comemorar os vinte e cinco anos do Campus Ceres com as festividades merecidas – e olha que havia muitas –, podemos nos sentar, em paz, e contemplar o que fizemos este ano: de uma hora para outra, sem sequer um indício prévio, fomos tirados todos de nosso conforto e postos em casa, desconfortavelmente forçados, tendo de viver, conviver e trabalhar. E, com tudo isso, nós, o coletivo Campus Ceres, o coletivo IF Goiano - Campus Ceres, o coletivo Agrotécnica, conseguimos fazer continuar se movendo, da forma como podíamos, as atividades do campus, inclusive as aulas e todas as ações estudantis, ainda que com grandes particularidades.

Talvez o melhor sinal de que chegamos bem aos vinte e cinco anos não será jamais as festas e músicas com que planejávamos comemorá-los, mas a maturidade que comprovamos ter, semana após semana, neste ano de provações.

 

Parabéns a todos vocês e todos nós que somos, verdadeiramente, Campus Ceres todos os dias, de tantas e diferentes maneiras.

 


Imagem da Reunião do Fim de Ano, realizada em 18 de dezembro de 2020, ocasião para a qual foi escrita esta homenagem (Crédito: Adriano Braga)

 

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